O Terra Magazine publicou na quarta-feira um balanço interessantíssimo sobre o governo de Álvaro Uribe na Colômbia, um dos mais bem avaliados do continente. Relaciono abaixo os pontos principais do texto, mas recomendo a leitura da íntegra.
- O "efeito teflon" do presidente, que é alvo de sérias acusações e mesmo assim mantém sua popularidade ilesa, seria efeito de um processo de degradação moral da sociedade colombiana. Adotou-se uma "ética mafiosa" com a ascensão dos cartéis de narcotráfico, o que fez com que atos ilícitos e enriquecimento ilegal passassem a ser mais tolerados.
- Devido à enorme abstenção eleitoral (até 50%), Uribe foi reeleito em 2006 com apenas 25% dos votos.
- A oposição denuncia que, em uma fazenda de propriedade do presidente foram torturadas e massacradas várias pessoas.
- Há fotos do irmão de Uribe, Santiago, com Fabio Ochoa, chefe do Cartel de Medellín nos anos 90.
- Dez parlamentares uribistas estão presos por paramilitarismo, acusados pela Corte Suprema de Justiça. Outros estão fugitivos.
- No dia 30 de abril passado, a American Rights Watch denunciou concessões a ex-paramilitares e o agravamento da situação do país em termos de direitos humanos.
- Durante o ano de 2006 foram assassinados na Colômbia 72 dirigentes sindicais.
- A guerra com as FARC piora no sul do país com novos deslocamentos que se unem à cifra imensa de 3 milhões de deslocados nos últimos dez anos. Em muitas regiões do país apareceram novos grupos paramilitares, especialmente as chamadas Águias Negras. Há denúncias de cumplicidade do Estado nesse caso.
O texto não aborda, mas é inegável que a queda nos indicadores de violência (sobretudo urbana) contribuem muito para o chamado "efeito teflon" de Uribe.
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